Quantos filmes sobre a Roma antiga já assistiu? Com certeza, essa
civilização ocupa um lugar mítico na nossa imaginação.
Mas a vida real na Roma antiga tinha menos a ver com carros de
passeio, armaduras douradas e imperadores a receber uvas na boca, e
mais a ver com a falta de saneamento moderno e medicina.
Sobreviver a um dia normal era uma tarefa difícil e muito mais nojenta
do que jamais poderia imaginar. Por exemplo:
10. As pessoas lavavam suas bocas com urina
Na Roma antiga, xixi era um negócio importante. Tanto que o governo
tinha impostos especiais para a venda de urina, já que algumas pessoas
ganhavam a vida a partir de coleta desse excremento, tanto de
mictórios públicos quanto de casas particulares.
E para que eles usavam a urina? Para muitas coisas, como limpar as
roupas e os dentes, por exemplo. Não é zoeira.
No caso das roupas, trabalhadores enchiam uma banheira com xixi e
pisavam nas togas para lavá-las. No caso dos dentes, as pessoas
simplesmente usavam a urina como antisséptico bucal, alegando que isso
mantinha seus dentes brilhando. Diversos autores romanos, como
Catullus, atestaram que pessoas usavam urina humana e animal para
limpar os dentes.
Ou seja, xixi, para os romanos antigos, era um excelente produto de
limpeza. Faz sentido, conforme explica a Revista Galileu, já que,
depois de um bom tempo, a urina se decompõe em amónia, substância
comum em produtos de higiene.
9. As pessoas compartilhavam uma única esponja para se limpar em
banheiros públicos
Roma era avançada em certos aspetos – por exemplo, tinha banheiros
públicos e sistemas de esgoto, algo que mesmo sociedades posteriores
não teriam por séculos. Mas nem tudo pode ser perfeito, não é mesmo?
Os arqueólogos acreditam que esses banheiros eram raramente, ou nunca,
limpos. Eles eram recheados de parasitas – tanto que os antigos
romanos iam ao banheiro com pentes especiais para raspar piolhos. A
pior parte, no entanto, era quando a pessoa “terminava” o que tinha
ido fazer. Cada banheiro público, compartilhado com dezenas de outras
pessoas, tinha uma única esponja em uma vara usada por todos para
limpar-se.
8. Os banheiros públicos às vezes explodiam
Quando entrava em um banheiro romano, havia um risco muito real de
morrer. O primeiro problema era que as criaturas que viviam no sistema
de esgoto podiam rastejar e morder as pessoas enquanto elas faziam
seus negócios.
Pior do que isso, porém, era o acúmulo de metano, que por vezes podia
incendiar e explodir o local. Era tão perigoso que as pessoas
recorriam a bruxaria para tentar permanecer vivas. “Fórmulas mágicas”
destinadas a manter demónios longe foram encontradas nas paredes das
casas de banho, além de estátuas de Fortuna, a deusa da sorte, para
proteção.
7. O sangue de gladiadores era usado como medicamento
A medicina romana tinha seu quinhão de excentricidades. Muitos autores
romanos, por exemplo, relataram que as pessoas recolhiam o sangue de
gladiadores mortos para vendê-lo como medicamento. Os romanos
aparentemente acreditavam que ele tinha o poder de curar a epilepsia.
Outras pessoas iam mais além, retirando os fígados dos gladiadores
para comê-los crus.
Esse tipo de “remédio” era tão popular que, quando Roma proibiu o
combate de gladiadores, as pessoas mantiveram o tratamento bebendo o
sangue de prisioneiros decapitados. Estranhamente, alguns médicos
romanos juraram que a bizarra terapia funcionava, informando que
pessoas que beberam o sangue humano se recuperaram de seus ataques
epiléticos.
6. Mulheres esfregavam células mortas da pele de gladiadores em seus rostos
Os gladiadores que perdiam (ou seja, os que morriam) viravam remédios
para epiléticos, enquanto os vencedores tornavam-se afrodisíacos.
Na época romana, sabão não era muito comum. As pessoas limpavam-se
cobrindo seus corpos em óleo e raspando as células mortas da pele com
um instrumento chamado strigil. Normalmente, essas células eram
simplesmente descartadas, a não ser que fosse um gladiador. Seu suor e
pele, nesse caso, eram colocados em uma garrafa e vendidos para as
mulheres como um afrodisíaco.
Muitas mulheres esfregavam esse “creme facial” em seus rostos,
esperando que isso as deixassem irresistíveis para os homens.
5. Pompeia era cheia de arte obscena
A erupção vulcânica que enterrou Pompeia a deixou maravilhosamente
preservada para os arqueólogos. Quando eles deram a primeira olhada na
cidade, porém, ficaram um pouco chocados. Tinha tanta arte obscena que
ela foi escondida dos visitantes por anos.
Pompeia era cheia das mais loucas obras de arte eróticas, como a
estátua do deus Pan abusando sexualmente de um bode.
Também é de amplo conhecimento que a cidade era lotada de prostitutas.
Ao percorrer Pompeia, os mais atentos podem reparar em pénis
esculpidos no chão, cujas pontas apontavam o caminho para o bordel
mais próximo.
4. Amuletos de pénis eram usados para dar sorte
Pénis eram muito populares em Roma. Os antigos romanos não partilhavam
do nosso nervosismo em relação ao membro masculino; pelo contrário, o
exibiam com orgulho.
Um pénis em um colar em torno do pescoço era uma escolha de moda
romana bastante comum para jovens meninos. De acordo com os escritos
romanos, estes seriam como amuletos para “evitar males” às pessoas que
o usavam.
E não parava por aí. Os pénis da sorte também eram desenhados em
lugares perigosos para manter viajantes seguros, como curvas
acentuadas e pontes frágeis de Roma.
3. Os romanos fizeram o primeiro “bundão” registado da história
Roma tem a distinção de ser a primeira civilização a fazer um bundão
registado na história. Flavius Josephus, um sacerdote judeu, escreveu
sobre esse comportamento ao relatar um motim em Jerusalém.
Durante a Páscoa, soldados romanos foram enviados para Jerusalém para
o caso de as pessoas se revoltarem. Eles deveriam manter a paz, mas um
soldado foi um pouco além. Nas próprias palavras de Josephus, o
soldado levantou suas vestes, agachou-se de uma forma descarada e
liberou um som com odor fétido, no local onde os judeus estavam
oferecendo sacrifício.
Os judeus, é claro, ficaram furiosos. Primeiro, eles exigiram que o
soldado fosse punido, e então começaram a arremessar pedras contra
todo o exército romano. Logo, um motim eclodiu.
2. Os antigos romanos vomitavam para que pudessem continuar comendo
Os antigos romanos gostavam de excesso. Nos banquetes, eles comiam até
não poder mais, e em seguida vomitavam para poder continuar comendo.
Algumas pessoas faziam isso em bacias ao redor da mesa, mas outras não
eram tão educadas e vomitavam no chão mesmo. Os escravos tinham os
piores trabalhos durante esses banquetes. Sêneca escreveu sobre os
pobres coitados que ficavam recolhendo saliva e restos de vómito dos
bêbados nessas festas malucas.
1. Corredores de biga bebiam esterco de cabra
Romanos não tinham Band-Aids, de forma que encontraram outra maneira
de proteger suas feridas. De acordo com Plínio, o Velho, eles cobriam
seus arranhões e machucados com esterco de cabra. Plínio escreveu que
o melhor esterco era o coletado durante a primavera e secado, mas que
estrume fresco poderia ser usado “em uma emergência”.
Soa horrível? Esse nem era o pior uso de esterco de cabra que os
romanos tinham. Corredores de biga, um desporto famoso na Roma antiga,
bebiam a nojeira porque achavam que isso lhes dava energia. O esterco
era fervido em vinagre ou triturado e misturado em outras bebidas.
Esse energético de dar ânsia não era uma solução criada pelos pobres
que não podiam pagar por Red Bulls. De acordo com Plínio, ninguém
gostava mais de beber esterco de cabra do que o próprio imperador
Nero.
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