Páginas


Visite o Canal Estudando Linguas e Temas Diversos (Powered Leco) e assista nossas videoaulas




domingo, 28 de maio de 2017

Medo da inteligência artificial

Jornalinho: 2 Fevereiro 2017
Ronaldo Lemos - 21/04/2015  Folha de S.Paulo.
Colaboração: Ana Medeiros

Há um debate curioso sobre inteligência artificial. Intelectuais de peso
como Stephen Hawking e o empresário Elon Musk (fundador da empresa de
exploração espacial SpaceX e criador dos carros elétricos Tesla)
assinaram uma carta alertando para os potenciais negativos do avanço
dessa tecnologia.

As notícias que circularam sobre o documento foram totalmente
sensacionalistas. Diziam que a carta era um alerta para o risco de a
humanidade ser destruída pela inteligência artificial, no melhor
estilo "O Exterminador do Futuro".

Isso desviou a atenção do conteúdo do documento, completamente pé no
chão, feito por um grupo importante de pensadores contemporâneos. O
texto não tem nada a ver com robôs assassinos. Na verdade, sua
preocupação é com a pobreza e a desigualdade que a inteligência
artificial pode trazer.

O avanço dessa tecnologia não é ficção científica. Computadores são
cada vez mais capazes de tomar decisões e de desempenhar atividades
que julgávamos exclusivamente humanas. Tem havido um avanço rápido em
campos como reconhecimento de voz (alô Siri) ou de imagens, máquinas
capazes de dirigir veículos, responder perguntas, resolver problemas e
atuar como "agentes" com base em decisões próprias ou comandos
humanos.

A inteligência artificial poderá substituir um número imenso de
atividades hoje desempenhadas por pessoas. Um estudo realizado por
dois professores da universidade de Oxford, Michael Osborne e Carl
Frey, prevê que 47% dos empregos nos EUA estão em risco de
desaparecimento nas próximas duas décadas.

A lista das atividades é grande. Inclui de atendentes de telemarketing
a recepcionistas de hotel, passando por motoristas de caminhão e
operadores de máquinas. Nas palavras de Osborne: "Os trabalhos que
sobrarem serão baseados em habilidades criativas e sociais".

Esse é um desafio gigantesco para a educação. Na semana passada, o
diretor do MIT Media Lab, Joi Ito, declarou sobre a questão: "Se
estamos com medo de que inteligências artificiais e robôs tomem nossos
empregados, é preciso mudar nosso tipo de educação baseado em provas
nas quais uma inteligência artificial poderia passar".

Na visão dele, boa parte do sistema educacional ainda se concentra no
ensino de habilidades que podem ser desempenhadas de forma mais
eficiente por máquinas. Ele tem um ponto. Não seria difícil para uma
inteligência artificial existente hoje, por exemplo, resolver sozinha
todas as questões do Enem.

O desafio da escola é incorporar também o desenvolvimento de
habilidades que não podem ser desempenhadas por máquinas, como nossa
capacidade de sermos criativos, intuitivos e sociais. Se a escola
focar apenas em problemas que máquinas podem resolver, teremos menos
chances de competir com elas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário